Arquitetura Sacra

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ARQ EDUARDO FAUST | CAU A44041-8

Graduado pela Universidade Federal de Santa Catarina UFSC.
Pós-graduado em Espaço celebrativo-litúrgico e arte-sacra na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia de Minas Gerais FAJE.

Em 2005 fundou o escritório FAUST ARQUITETURA

Assina a autoria de mais de 300 construções ligadas a Igreja em mais de 200 cidades em 21 estados no Brasil, México, Portugal, Índia, Timor Leste e RD Congo.

Ministra palestras e Cursos em Arquitetura Sacra. Professor de Pós-Graduação na FASBAM

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segunda-feira, 5 de março de 2012

■ VIDEO DO PROJETO IG. NS DO ROSÁRIO | AUTOR ARQ.ED.FAUST |






Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário
Paróquia NS do Rosário | Pároco Pe André Gonzaga

Architecture: FAUST■SALVAGNI
Location: NS do Rosário, São José, Santa Catarina, Brazil
Principal in Charge: Arq. Eduardo Faust, Arq Fernanda Salvagni
Liturgical Furniture Design: FAUST■SALVAGNI
Lightning Design: FAUST■SALVAGNI
Project Year: 2012

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

■ CONCEITO DA IGREJA DE NSA SRA APARECIDA | Projeto Arq. Eduardo Faust


■ LOCALIZAÇÃO


Localizada no bairro Serraria, no denominado localmente Loteamento Canaã, a Igreja foi planejada para uma comunidade em crescimento. O bairro pertencente a cidade de São José, [cidade da grande Florianópolis] predominantemente é residencial e sofre uma urbanização rápida com muitas obras em execução, tanto de conjuntos habitacionais como de unidades residênciais. O aumento de sua densidade demográfica também se intensifica por se tratar de um zoneamento específico ARPP (Área Residencial Predominante Popular), a especificidade “popular” faz com que a área tenha lotes menores do que o mínimo estipulado pelo plano diretor que é de 30 metros por 15 metros.
   Uma igreja com 300 assentos já comportaria com facilidade a atual comunidade, mas em função dos dados citados foi feito um projeto levando em consideração as perspectivas de crescimento. Optou-se pela capacidade de 600 fiéis. 

 

O partido arquitetônico parte do gesto de fincar uma cruz ao solo, a cruz [representada pela torre] que aponta para o criador, ela é o símbolo do markabah - da condução divina - rasgando o céu e alcançando o terreno. A cruz que simboliza a intervenção divina é o proprio Cristo. 
  

O céu na arte sacra pode ser representado por uma concha, a cobertura do edifício foi desenhada como tal - representando o reino dos céus - enfatizando o conceito da cruz rasgando o céu. Pela clarabóia é possível do interior da igreja se ver o fim da torre e o céu “físico”, que aqui representa o céu do céu.  
Para que o conceito fosse facilmente visto por todos fiéis ao longo do culto, colocou-se uma cruz no interior da igreja elevando-se por todo pé direito.
 

 















■ Ichthys

O cristianismo era proibido com pena de morte aos seus seguidores até o ano 313. Neste período foi traçado um dos mais antigos símbolos dos cristãos: O peixe. Ele era utilizado como símbolo de devoção e comunicação entre os fiéis. Este símbolo era desenhado como um código interno para comunicar o crescimento das comunidades cristãs.  
A palavra peixe no idioma grego é ίχθύς traduzido foneticamente para ICHTHYS.
Ela gera o acróstico Iésús – Christós – Theoú – Hyós – Sótér que significa: Jesus – Cristo – Deus – Filho – Salvador.


Similar a vésica piscis o Ichthys é desenhado ao centro da obra, as terminações dos traços (rabo do peixe) são as escadas que dão acesso a casa de Cristo (Jesus Cristo Deus Salvador)
Ao lado deste centro que representa cristo, temos as 12 águas do telhado emoldurando o centro, finalizando a cobertura, o abrigo dos fiéis. Os 12 apóstolos que estruturam todo cristianismo e contam a boa nova. 
  
 















 

■ Vesica Piscis


Um símbolo antigo encontrado em culturas diversas, no Egito antigo por exemplo  encontramos tal desenho com a mesma simbologia utilizada no cristianismo. A vesica piscis simboliza: origem, gênese, nascimento, criação, ela é muito utilizado nos ícones do Cristo Pantocrator (todo poderoso) quando Cristo é desenhado representando Deus, todo poderoso criador de tudo.
O sentido de gênese e criação também é atribuído a Maria a gestora que deu luz a Cristo. No caso deste projeto o símbolo está circunscrito na geometria central, que contem o eixo cronológico de Jesus.
 ■ Assembléia

Liturgicamente o presbitério deve situar-se ao centro da igreja com a assembléia ao seu redor. Este leiaute possui algumas dificuldades de aplicação por questões de ordem prática. Logo, quanto mais a distribuição da assembléia se aproximar desta conformação mais apto a correta aplicação da liturgia o espaço estará.

A assembléia faz parte do rito, o fiel não é um espectador, isso é facilmente visível se levarmos em consideração que foram adotados bancos somente no segundo milênio, se mantém os bancos tradicionais coletivos para propiciar a união comunitária, base da Igreja.



As portas das salas e capelas não são visíveis na nave da igreja, assim como as janelas são colocadas nas terminações das “asas”. Esta disposição está a serviço do espaço sagrado que respeita o tempo sagrado, fazendo com que a experiência em seu interior tenha como entorno o tempo mítico, e não do tempo do trabalho, ao adentrar um espaço sagrado, o fiel torna-se contemporâneo as suas divindades, o relógio pode afetar a reflexão e a experiência de Deus. Além da questão temporal, este desenho também ajuda a reduzir a visualização de eventos que possam vir a distrair o fiel no culto. 

A igreja possui duas portas de entrada e uma saída de emergência aos fundos, que também é o acesso para deficientes físicos.

 




A iluminação da assembléia é realizada toda de forma indireta com luminárias desenhadas sobre os refletores, fazendo com que a própria paróquia possa fazer a manutenção de troca de lâmpadas, sem a necessidade de andaimes, excluindo a contratação de empresas. As lâmpadas utilizadas foram de vapor metálico com temperatura de cor de 4000K para definição da quantidade luminosa foi feito projeto luminotécnico.




■ Materiais


A igreja é composta de estrutura com: vigas e pilares de concreto armado; lajes de concreto armado mistas, pré-fabricadas e maciças; vigas metálicas treliçadas sustentam a cobertura de telhas metálicas com isolamento termo-acústico e forro de madeira.
O piso da nave é de granilite e de cimento queimado nas circulações, no presbitério temos pedra, na sala de controle carpet e o restante porcelanato.
As paredes são somente de fechamento e possuem espessuras variadas e todas são revestidas com a monocapa minerale da weber, sem reboco, detalhes são revestidos de pedras.
Esquadrias são com sistema pivotante de vidro temperado. As portas internas lisas pintadas de branco, as portas de entrada possuem um desenho específico.
 



Texto retirado da monografia "Igreja de Nossa Senhora Aparecida da Cidade de São José. Processo de Criação e Análise Arquitetônico-Litúrgica do Edifício" de minha autoria.




segunda-feira, 5 de julho de 2010

■ MOBILIÁRIO SAGRADO | Design Arq.Eduardo.Faust

Temos no presbitério as 3 peças básicas do mobiliário na liturgia: Altar, Ambão e Sédia. Para os já iniciados no assunto soa óbvio, mas, tratam-se de peças sagradas, que possuem normas liturgico-canônicas para sua confecção.

O desenho destas peças deve ser pensado antes mesmo da concepção do edifício no caso do altar, a igreja é construída para abriga-lo. Outro elemento que deve seguir o mesmo princípio porém não faz parte dos elementos básicos é a Pia ou Fonte Batismal.

Os elementos da liturgia possuem uma bibliografia vasta sobre seus significados e de indicações de uso. Logo, não tratarei de especificar estes conteúdos, e sim os conceitos das peças por mim desenhadas, tendo como presuposto que o leitor ja entenda do assunto, ou iniciar quem quiser estudar mais sobre. Ao final do post proponho algumas bibliografias.




■ MOBILIÁRIO LITÚRGICO



■ Altar.:
Granito maciço e de acabamento rústico enfatiza a nobreza do material, além de deixar claro o significado de solides que a peça deve exprimir. A beleza e a elegância da peça, esta no seu desenho, limpo e leve, que baseia-se na proporção áurea. Tudo isso para traduzir o sentido de simplicidade formal sem pobreza de composição e de beleza sem ostentação .
A linha em baixo relevo na horizotal, enfatiza a idéia de mesa.



Igreja Matriz Santa Cruz, Áreias, São José.SC. Autor Eduardo Faust

Igreja Matriz São Sebastião, Japurá.PR. Autor Eduardo Faust

Igreja Matriz São Sebastião, Japurá.PR. Autor Eduardo Faust


Igreja Matriz Santa Cruz, Áreias, São José.SC. Autor Eduardo Faust



Sédia.:
Utilizando o mesmo material do altar a cadeira da presidência possui desenho limpo e nobre. Acompanhada das cadeiras dos presbíteros. Exercendo hierarquia sobre elas.

Maquete - Igreja Matriz Santa Cruz, Áreias, São José.SC. Autor Eduardo Faust


Igreja Matriz São Sebastião, Japurá.PR. Autor Eduardo Faust


■ Pia Batismal.:
Circunscrita na forma vesica piscis que simboliza nascimento e criação, o batistério foi desenhado em forma de octógono pela simbológia do oitavo dia.



Maquete
Paróquia da Santa Cruz, Áreias, São José.SC. Autor Eduardo Faust

Obra Executada
Paróquia da Santa Cruz, Áreias, São José.SC. Autor Eduardo Faust



■ Presbitério.:
Composição do presbitério, ali vemos ainda o Ambão ao lado esquerdo.


Maquete Projeto
Paróquia da Santa Cruz, Áreias, São José.SC. Autor Eduardo Faust 
Obra Finalizado
Paróquia da Santa Cruz, Áreias, São José.SC. Autor Eduardo Faust
Paróquia da Santa Cruz, Áreias, São José.SC. Autor Eduardo Faust
Igreja Matriz São Sebastião, Japurá.PR. Autor Eduardo Faust

Igreja Matriz São Sebastião, Japurá.PR. Autor Eduardo Faust

■ Para saber mais.:
Livros.:
- O Local de Celebração - Arquitetura e Liturgia | Regina Celi de Albuquerque Machado
- O Deus da Beleza | Cláudio Pastro

- Ritual de Dedicação de Igreja e Altar | Igreja Católica, Papa Paulo VI



quarta-feira, 21 de abril de 2010

■ IGREJA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA | PROJETO Arq Eduardo Faust





CONCEITO

01 | VIRGEM MARIA

A Vesica Piscis é um símbolo universal na arte sacra, presente em muitas religiões, acumulando o mesmo significado: da criação, da concepção.
A forma deste edifício igreja representa a criação e o nascimento de Cristo por Nossa senhora de Fátima. A Vesica piscis é o ventre de Maria, Jesus no Altar e os fiéis na assembléia, todos filhos de Nossa Senhora.




02 | O ALTAR E A MARKABAH

A centralidade da liturgia está no cenáculo, um templo é construído para celebrarmos Cristo, cumprindo o rito da santa ceia. O Altar pode também ser chamado de: Quadrado do Mundo, Centro da Terra, condução de Deus.
Por estes motivos temos o altar no ponto exato central da Igreja [centro da terra e centro da liturgia]
Em toda estenção longitudinal da cobertura do templo, temos uma claraboia desenhada com vitrais, contando a historia de Nossa Senhora. Ao centro deste vitral inserido numa vesica piscis temos o Pantocrator. Exatamente disposto sobre o altar ele faz a comunicação entre o divino [patocrator inserido numa forma originada do círculo divino] com o terreno [o altar quadrado forma que simboliza o terreno] Simbolizando o Altar [Jesus] a Markabah [condução de Deus].

03 | 4 RIOS DO PARAÍSO

Do altar brotam os 4 rios do paraíso que originam os oceanos da terra que trazem o sustento. Na simbologia do templo trás o alimento espiritual.
Além de acentuar a centralidade e dar destaque ao Altar, a cruz na planta do edifício simboliza os 4 rios citados.


04 | LINGUAGEM

Com o Concílio Vaticano II temos a volta às origens da igreja católica, assim devemos dispor somente dos elementos necessários para a celebração, sem interferência de objetos que não estejam ligados a liturgia. Algo simples, porém, belo. Algo Belo mas sem ostentação. Deve-se tomar cuidado, para que esta “limpeza” no templo não o transforme num espaço frio e estéril.
Em relação a linguagem arquitetônica, o mesmo tratado indica que a Igreja deva estar em sintonia com seu tempo.
Partindo destes princípios, o Templo foi desenhado com linguagem contemporânea, ilustrando a imagem de seu tempo. Com o auxílio do uso dos materiais, buscou-se não a linguagem das antigas igrejas, mas sim o seu calor, seu aconchego, seu silêncio, sua experiência de Deus.