Arquitetura Sacra

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ARQ EDUARDO FAUST | CAU A44041-8

Graduado pela Universidade Federal de Santa Catarina UFSC.
Pós-graduado em Espaço celebrativo-litúrgico e arte-sacra na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia de Minas Gerais FAJE.

Em 2005 fundou o escritório FAUST ARQUITETURA

Assina a autoria de mais de 300 construções ligadas a Igreja em mais de 200 cidades em 21 estados no Brasil, México, Portugal, Índia, Timor Leste e RD Congo.

Ministra palestras e Cursos em Arquitetura Sacra. Professor de Pós-Graduação na FASBAM

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domingo, 10 de setembro de 2017

■ Igreja Matriz São Pedro | Sorriso MT | Autor Arq Ed.Faust

■ Localização | Sorriso MT  
■ Diocese de Sinop – Paróquia São Pedro  
■ Pároco | Padre Valdir Koch  
■ Autor | Arq Eduardo Faust  
■ Projetos | FAUST arquitetura & engenharia  
■ Equipe | Arq Egvar; Arq Gustavo; Arq Renato 




A cidade de Sorriso é chamada de capital do agronegócio e a maior produtora de soja do mundo, em meras três décadas, ele deixou de ser uma vila para tornar-se uma cidade de oitenta mil habitantes, este crescimento fez rapidamente o edifício da Igreja matriz [construída de forma provisória] tornar-se pequeno e inadequado aos novos padrões da cidade.   
  
O projeto da nova Igreja conta com a Igreja matriz São Pedro e uma Igreja secundária [Igreja Santa Teresinha]  estão no mesmo espaço, somando 3400,00m2.   

   
■ O edifício, espaços e invólucro.  

 A arquitetura é uma releitura do gótico e do românico tardio. Podemos ver estas características nos seguintes pontos:    

Colunatas com arcos de plena cintra dando ritmo a toda edificação;  


Basílica Santo Ambrósio - Milão Itália


Edifício em formato cruciforme. Podemos ver o formato da cruz [interna e externamente] porém resolvi a estrutura de forma diferente das antigas Igrejas de pedra, mais leve e sem pilares ao centro, fazendo uso do sistema construtivo atual.   

Catedral de Colônia, Alemanha
  
Fachada com dois campanários e nave central com rosácea. Nesta fachada fiz uma mescla compositiva entre desenho contemporâneo e a simplicidade do românico.  

Basílica de Santa Maria Assunta. Aquileia, Itália.

Simbologia da Rosácea: "Graças à ternura e misericórdia de nosso Deus, que nos vai trazer do alto a visita do Sol nascente, que há de iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte e dirigir os nossos passos no caminho da paz." Lucas 1:78,79 


As Igrejas do românico tardio e do gótico possuem belas fachadas de fundos, utilizei estas composições como base para a entrada da Igreja menor que seria "os fundos" da Igreja Matriz.  
Catedral de Speyer, Alemanha
 Uso de abside com cúpula e colunata, são elementos que acompanham os edifícios católicos desde o século IV. Além da tradição, adotei este elemento para dar ênfase a capela do santíssimo e emoldurar o presbitério, além de fazer a transição do volume da Igreja matriz para a igreja menor. 



Santa Maria de la Moreruela. Zamora, Espanha.

■ As chaves 

"Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus" Mateus 16:19 
Vemos em e pontos as chaves de São Pedro:  



 Na fachada escrevendo na paisagem urbana que ali se situa um edifício religioso, religião do latim religare, ligar o homem a Deus - "(...)tudo o que ligares na terra será ligado nos céus."  



Logo ao adentrar, no átrio, marcando a entrada do profano para o sagrado 


Sob o santíssimo, sendo no corpo de Cristo nossa ligação entre a terra e o céu. 

  
■ Presbitério 

Altar centro da liturgia está disposto ao centro convidando a assembleia ao grande banquete pascal. 





  
Do altar brotam os quatro rios do paraíso que geram os oceanos da terra.


O mesmo piso que simboliza os 4 rios formam uma cruz com o cordeiro de Deus [o altar do sacrifício] ao centro. 

  
Altar, Ambão, Sédia e Santíssimo

■ Capelas 


Batistério | Pia batismal em formato de cruz nos remete ao período paleocristão, na igreja foi relida e está adequada a batismos por imersão e aspersão tanto de crianças como de adultos. Agradeço a artista Mari Bueno. 

  
Santíssimo, além da chave já citada, 8 linhas levam ao sacrário, simbolizando o oitavo dia. 


Nossa Senhora do Sorriso [padroeira da cidade] e São Pedro [padroeiro da paróquia] possuem duas capelas voltadas para o altar.



■ Igreja Santa Teresinha - Igreja Menor















  


segunda-feira, 24 de abril de 2017

■ Viagem à Ravena. Origem da arquitetura bizantina paleocristã.



Ravenna é a capital da província de Ravenna região de Emilia-Romagna, cituada no nordeste da Itália.

O período mais importante de Ravenna começa quando ela se torna a terceira capital do império romano do ocidente em 402. Com o fim do império em 476 o rei da Itália Odoacerus [Odoacro] mantem a capital.

Em 493 após longo conflito o vice-rei Teodorico toma a cidade, nos mais de 30 anos de governo ele constrói parte das grandes obras da cidade.

Em 540 entra em Ravenna o exército bizantino, colocando o fim do reinado dos godos. É neste período sob o domínio de Justiano I que a cidade viveu seu esplendor, o grande legado artístico e arquitetônico que hoje apreciamos descendem desta época.

Com o fim do império romano a cidade entra em declínio e ao longo dos anos é abandonada, o livro História de Ravenna vendido na cidade diz "Até a primeira metade do século XIX Ravenna segue sendo uma das províncias mais deprimidas e esquecidas da Itália setentrional."



Interessante é entender que o declínio de Ravenna foi importante para a preservação pois ao contrário de cidades prósperas como Roma ou Milão seus patrimônios bizantinos paleocristãos não foram convertidos em barrocos nos séculos XVII e XVII.

Ravenna é patrimônio cultural da humanidade segundo a UNESCO.

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Após está breve introdução histórica vamos algumas curiosidades da viagem.

Itália é um dos países que mais trás visitantes para suas terras; para cidades famosas como Roma, Veneza, Milão, Florença, etc... Ravenna neste cenário é tida como uma cidade pouco turística. Vemos indícios disso no fato de não haver trem de alta velocidade para lá, a cidade mais próxima é Bologna.




Eu sai de Firenze [Florença] para Bologna e lá segui a Ravena. As diferenças nos usuários do trem ficaram claras, quando embarquei para Ravenna o idioma italiano ficou mais presente, ficando nítido que se tratava de passageiros regulares que para um turista é muito interessante, pois o turismo massivo de cidades como Roma e Firenze dificulta um pouco uma apreciação mais imersiva.


A grande importância de Ravenna na arte e arquitetura sacra está na preservação da arquitetura paleocristã também chamada de bizantina, sendo considerada o início da arquitetura Românica.



 Basilica di San Vitale 
Os mosaicos da Basílica são referencia para arte sacra e em especial bizantina. Sua construção é contemporânea a Basílica Santa Sophia em Constantinopla [Istambul] - na época capital do império bizantino - e ambas são construídas com planta radial com cúpula central, uma variação das basílicas retangulares.














  







 Museu Nacional de Ravenna 
Nas antigas instalações do mosteiro beneditino de São Vital está o museu nacional de Ravena, formado de 3 claustros. Seu acervo é composto desde arte helênica












 Mausoléu de Galla Placidia 
No mesmo terreno da Basílica está o mausoléu de imperatriz Galla Placídia.








  Basilica Sant Apollinare In Classe
Próximo a Ravena está a cidade de Classe, lá está localizada uma das obras mais importantes da arte e arquitetura paleocristã, a Basílica de São Apolinário.














Túmulo de San Apollinari


 Chiesa Santa Maria Maggiore.
Faz parte do conjunto arquitetônico da Basilica di San Vitale.





 Chiesa San Giovanni Evangelista 



 





 Battistero degli Ariani






 Battistero Neoniano






 Piazza e monumento a Anita Garibaldi
Minha família é oriunda e a maior parte vive no sul do estado de Santa Catarina, na região a cidade de maior valor histórico é Laguna ao qual sua ilustre filha é Anita Garibaldi - heroína de dois mundos. Caminhando por Ravenna descubro que assim como Dante Alighieri ela morreu aqui, e encontro uma Piazza Anita Garibaldi e o monumento a Heroína de dois mundos em frente ao Liceo Clássico Dante Alighieri.




  Basilica Sant Francesco e a Tumba de Dante Alighieri 
O escritor da Divina Comédia viveu seus últimos 3 anos em Ravena, a convite do príncipe Guido Novello da Polenta.



Via Guido Novello da Polenta.

Basilica Sant Francesco



 Mausoleo di Teodorico
Um pouco afastado do centro histórico da cidade o mausóleo fica próximo ao parque Rocca Brancaleone.



  

Rocca Brancaleone



 Cattedrale della Risurrezione di Nostro Signore Gesù Cristo
A catedral é um exemplo de Igreja que foi reformada e "atualizada" ao estilo de outros tempos, como o barroco.










Não fotografei tantas outras belas obras que visitei como a Igreja de São Apolinário Novo; museu arcebispal, etc...

Para quem quiser conhecer a origem da arte cristã, vá a Ravena.
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Bônus:
Aconselho a Piadina de Sququerone [tipo de mussarela da região] com prosciutto do restaurante La Piadina del Melarancio.



Arq Eduardo Faust

Na bibliografia usei além do E.H Gombrish:
The Pelican History of Art [Early Christian and byzantine arch] do Richard Krautheimer.
Ravena Ciudad de Arte Edizioni Salbaroli.