Quatro troncos de madeira bastam.
A igreja não deve se preocupar com a
arquitetura
O
verdadeiro templo do Deus vivo é o edifício espiritual, construído com as
pedras vivas. Dizer que não precisamos construir igrejas físicas não é uma
mentira e o catecismo da Igreja Católica concorda com isso.
■ Catecismo da Igreja Católica 1179. O culto «em espírito e verdade» (Jo 4, 24) da Nova Aliança não está
ligado a nenhum lugar exclusivo. Toda a terra é santa e está confiada aos
filhos dos homens. O que tem primazia, quando os fiéis se reúnem num mesmo
lugar, são as «pedras vivas» que se juntam para «a edificação dum edifício
espiritual» (1 Pe 2, 4-5). O corpo de Cristo ressuscitado é o templo espiritual
donde brota a fonte de água viva. Incorporados em Cristo pelo Espírito Santo,
«nós somos o templo do Deus vivo» (2 Cor 6, 16).
Interessante ver que a sociedade se desenvolveu construindo templos, das menos até as mais avançadas tecnologicamente construíram seus locais de culto. Falando em tecnologia, uma instituição que desenvolve pesquisas científicas nasce da criação e do aprimoramento de uma estrutura física, para que depois seus resultados venham a mudar o mundo, como tantos avanços científicos já o fizeram. O mesmo acontece com uma instituição de ajuda aos menos necessitados, primeiro ela cria uma estrutura de suporte e depois colhe os frutos.
Altar em Lien-Tuto (Maubisse) Timor Leste. Arquitetura Timorense / Mendes, Almeida, Cinatti - Lisboa
E assim
acontece com as religiões, para dar suporte aos fiéis e para que possa fazer
mais pelos que têm menos, faz-se necessária uma estrutura que ajude o trabalho
de todos que ali querem investir sua benevolência e amor ao próximo.
A casa
de oração, os edifícios igreja fazem parte dessa estrutura. E o Catecismo da
Igreja Católica também atesta isso:
■ Catecismo da Igreja Católica 1180. Quando o exercício da liberdade religiosa não é impedido, os cristãos
constroem edifícios destinados ao culto divino. Estas igrejas visíveis não são
simples lugares de reunião, mas significam e manifestam a Igreja que vive nesse
lugar, morada de Deus com os homens reconciliados e unidos em Cristo.
■ Catecismo da Igreja Católica 1181. «A casa de oração em que é celebrada e conservada a santíssima
Eucaristia, em que os fiéis se reúnem, e na qual a presença do Filho de Deus,
nosso Salvador, oferecido por nós no altar do sacrifício, é venerada para
auxílio e consolação dos fiéis, deve ser bela e apta para a oração e para as
celebrações sagradas». Nesta «casa de Deus», a verdade e a harmonia dos sinais
que a constituem devem manifestar Cristo presente e actuante neste lugar.
Não construa uma igreja, dê
este dinheiro aos pobres
Padres,
arquitetos e membros das paróquias empenhados em construir uma igreja já
ouviram várias versões da falácia: “...deveriam dar esse dinheiro aos pobres”.
Não é
exagero dizer que esta afirmação contraria o pensamento do próprio Cristo.
Consultando o evangelho de Mateus, veremos que Jesus contraria tal tipo de
afirmação, “Para que esse desperdício?... e o dinheiro, dado aos pobres”, e vai
em defesa da mulher que dava o melhor a Ele. Um detalhe importante do
desenrolar desse momento, e talvez até mais grave foi ver que esse ato motivou
Judas Iscariotes a trair seu mestre.
Logo,
próxima vez que alguém proferir esta frase você pode perguntar: olá, você teria
um minuto para ouvir a palavra de Judas?
Para entender bem vamos ao evangelho em Mateus capítulo 26, versículos 6 a 16.
Jesus estava em
Betânia, na casa de Simão, o leproso. Uma mulher aproximou-se dele, com um
frasco de alabastro cheio de perfume caríssimo, e derramou-o na cabeça de
Jesus, que estava à mesa. Vendo isso, os discípulos se irritaram, dizendo:
“Para que esse desperdício? Este perfume podia ser vendido por um bom preço, e
o dinheiro, dado aos pobres”.
Jesus o percebeu e
disse-lhes: “Por que incomodais esta mulher? Ela praticou uma boa ação para
comigo. Os pobres sempre tendes convosco, mas a mim não tereis sempre. Ela
derramou este perfume no meu corpo em vista do meu sepultamento.
Em verdade vos digo:
onde for proclamado este Evangelho, no mundo inteiro, será mencionado também,
em sua memória, o que ela fez”.
Um dos doze, chamado
Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes e disse: “Que me dareis se eu
vos entregar Jesus?” Combinaram trinta moedas de prata. E daí em diante, ele
procurava uma oportunidade para entregá-lo.
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