A 230 quilômetros da capital Kabul no Afeganistão, foram erguidos dois monumentos que séculos depois a UNESCO os consagrou como patrimônios da humanidade. O primeiro com 37 metros de altura foi finalizado no ano de 507 e o segundo com 55 metros data de 554, até o século XX foi a maior estátua de Buda de pé, e a segunda maior do mundo, sendo superada somente pelo Buda de Leshan [China].
Entalhados nas rochas do vale de Hazarajat, seus detalhes foram modelados com estuque, vemos vestígios deste sistema nos buracos em seus membros, que eram espaços que abrigavam estacas de madeira que serviam para estabilizar estes detalhes.
Do século II até o século IX, Bamiyan foi um lugar de vários mosteiros Budistas, e um próspero centro da arte Greco-Budista. Monges viviam em pequenas cavernas esculpidas nas rochas embelezando-as com estatuários e coloridos afrescos.
Do século II até o século IX, Bamiyan foi um lugar de vários mosteiros Budistas, e um próspero centro da arte Greco-Budista. Monges viviam em pequenas cavernas esculpidas nas rochas embelezando-as com estatuários e coloridos afrescos.
A conquista Árabe no Afeganistão ocorreu no século XII por Mahmud de Ghazni que optou pela preservação das imagens. Ao longo dos séculos movimentos iconoclastas civis e governamentais ajudaram a destruir detalhes das imagens, o imperador Aurangzeb [1618-1707] efetuou ataques militares.
Em Julho de 1999, Mullah Mohammed Omar emitiu o decreto "O governo considera as estátuas de Bamiyan como um exemplo de uma grande fonte de renda em potencial para o Afeganistão de visitantes estrangeiros. O Talibã declara que as estátuas de Bamiyan não devem ser destruídas mas protegidas."
Em Julho de 1999, Mullah Mohammed Omar emitiu o decreto "O governo considera as estátuas de Bamiyan como um exemplo de uma grande fonte de renda em potencial para o Afeganistão de visitantes estrangeiros. O Talibã declara que as estátuas de Bamiyan não devem ser destruídas mas protegidas."
Com a difusão dos costumes radicais fundamentalistas no Afeganistão, os clérigos em março de 2001 declaram: "Baseado no veredito dos membros do clero e da decisão da Suprema Corte dos Emirados Islâmicos (Talibã) todas as estátuas na área do Afeganistão devem ser destruídas. Elas são respeitadas agora e podem se tornar ídolos no futuro. Somente Alá, o Todo-Poderoso, merece ser cultuado."
Embaixadores de 54 membros de estados da Organização da Conferência Islâmica, incluindo o Paquistão, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, uniram-se em protesto para a preservação dos monumentos.
Em março de 2001 os Budas de Bamiyan foram destruídos com dinamite e bombardeio de tanques.
Este ataque à estas estátuas magníficas é um triste exemplo do que a intolerância religiosa é capaz de fazer. Elas não eram somente um símbolo religioso, mas também um registro da capacidade humana de criar e construir.
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